Para mim é difícil escrever estes factos e situações reais pelos quais tive de passar... mas terá de ser feito para bem do nosso país e do Mundo, por imperativo de consciência e para dar público conhecimento de acontecimentos crueis, desumanos e degradantes que sucedem em Portugal, em clara violação da Declaração Universal dos Direitos do Homem.
Conto tudo! E posso
fazê-lo, considerando o Artº 19 da citada Declaração, que nem mesmo os militares podem
violar, em que é consagrado “o direito à liberdade de opinião e de expressão, o
que implica o direito de não ser inquietado pelas suas opiniões e o de
procurar, receber e difundir, sem consideração de fronteiras, informações e
ideias por qualquer meio de expressão.”
Realidades como
as que descrevo não podem ser escondidas apenas por medos e angústias, apenas
por falta de vontade de revelar aquilo que se passa para além das quatro
paredes vermelhas de algumas instituições. E estes acontecimentos estranhos,
vulgares, traumáticos, repetem-se continuamente nestas e noutras ’casas’ que
albergam jovens, acabadinhos de sair do seu mundo familiar... aliás,
provavelmente, muitos dos leitores encontrarão descritas nestas páginas muitas
das experiências das suas vidas. Ou então apenas ficarão a conhecer o mundo por
onde passei…
Muitos me
aconselham a não escrever. Sei que sofro ao escrever a maior parte deste livro.
Mas cabe-me tentar que, pelo menos, se saiba que existem injustiças no mundo e
que, à semelhança do exterior, no interior do Exército e, em particular na
Academia Militar, a principal escola de Oficiais, têm lugar práticas e
acontecimentos que afectam de forma indelével qualquer mente saudável e atentam
contra a honra e dignidade humana."
in Paredes Vermelhas
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